terça-feira, 13 de outubro de 2009

No rastro da bicharada

No rastro da bicharada Sabia que os pesquisadores identificam a fauna de certas áreas apenas observando pegadas?
(Ilustração: Lula)Ver uma onça ou um lobo na natureza é raridade. Isso acontece porque esses animais geralmente realizam suas atividades à tardinha ou à noite, além de terem cores que os confundem com a vegetação. Para observar esses e outros bichos que dificilmente aparecem, os pesquisadores investigam seus rastros. Com o objetivo de conhecer a fauna de determinadas áreas, os biólogos observam as pegadas, que são os sinais que os mamíferos deixam durante suas atividades. Em locais como estradas de terra, margens de rios ou lagos, esses rastros são mais visíveis, especialmente quando gravados em terrenos úmidos e macios, porém firmes, que mantêm seu contorno bem definido. As pegadas lhes permitem dizer se os animais que por ali passaram pertencem a uma única espécie ou várias. Dentro da mesma espécie, é possível saber se as pegadas pertencem a animais do mesmo tamanho ou não, se são de animais que andam em bando ou não e, até, se são de uma mãe com seu filhote. As pegadas podem indicar, também, os hábitos de vida do animal. Quer saber como? Membranas entre os dedos (os chamados pés de pato) indicam hábitos aquáticos – podem ser de lontra ou ariranha, por exemplo. Dedos opostos, que permitem segurar em galhos, indicam que aquele animal passa pelo menos parte de sua vida sobre as árvores, como os macacos e os gambás. Pegadas leves, delicadamente impressas no solo, podem indicar hábitos de um predador discreto e silencioso, como um felino. Já os veados e cervos, deixam as marcas dos seus cascos, que são como unhas modificadas. O que você acha de atuar também como um detetive da natureza, formulando hipóteses sobre as pegadas que encontrar quando estiver passeando? Então, pés à obra – ops! – mãos à obra! José Eugênio Côrtes Figueira Laboratório de Ecologia de Populações Universidade Federal de Minas Gerais

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